20.8.17

a primeira semana sem cigarro a gente nunca esquece

Fumei o último cigarro (assim espero!) antes de dormir.

Tomei um banho, passei um creme cheiroso, meditei, rezei e fui para a cama ciente de que estava dando um grande passo em minha vida e ciente, também, de que eu teria um dia demoníaco ao acordar naquele 31 de outubro -  seria literalmente um dia das bruxas para mim.

Resolvi deslocar minha compulsão para a arrumação do meu lar. Sabe aquele quartinho da bagunça que a gente sempre morre de preguiça de mexer? Então, resolvi encarar o meu. Acordei e caí dentro naquele mar de caixas e objetos inúteis empoeirados. 

É preciso que o fumante compreenda e aceite o fato de que é uma pessoa compulsiva e que a mente de uma pessoa compulsiva tende a buscar compensações quando algum ciclo é cortado - é por isso que atividades repetitivas (arrumar gavetas, rasgar papéis velhos, arrumar pastas no computador, separar roupas no guarda-roupa para doar, cozinhar, etc)  ajudam a frear determinadas compulsões.

Virar a dona faxina nos primeiros dias foi um santo remédio para mim. 

Como já falei por aqui, fiz um preparatório de 30 dias para deixar de fumar e agora compartilho como foi a primeira semana sem cigarro

PRIMEIRA SEMANA

- Ao acordar tomei em jejum um suco de limão, cenoura e agrião para ajudar a desintoxicar o organismo.

- Coloquei um selinho de 21mg de nicotina no braço e tomei as gotinhas homeopáticas – sobre o selinho vou falar mais demoradamente em outro post, mas é preciso ter cuidado ao administra-lo, jamais dar nenhum “traguinho” enquanto estiver com ele, ou mascar chicletes de nicotina junto, isso pode causar sérios problemas (eu mesma já fui parar no hospital por conta disso em outra ocasião em que tentei parar mas tive recaída).

- Botei uma boa playlist para tocar e comecei uma faxina generalizada pela casa junto a minha amada funcionária: arrumei gavetas de escritório, o guarda-roupas, a sapateira, as louças da cozinha, as maquiagens, os cosméticos do banheiro, o quartinho da bagunça. Tirei uns dez sacos de lixo (como a gente acumula tralha, não?) e uns oito sacos grandes para doação. A casa ficou brilhando, parecendo uma lojinha de departamento, com cada coisa em seu lugar, extremamente limpa e perfumada e eu fiquei exausta -  tão exausta que às dez horas da noite eu tomei um banho e capotei. 
Passei tanto tempo nesse processo de limpeza, nesse trabalho manual e repetitivo que, acredito, acabei saturando minha mente, pois (para o meu total espanto) nem me lembrei que o cigarro existia no primeiro dia sem ele.

- No dia seguinte repeti o processo: suco de limão, cenoura e agrião (tomei esse suco durante os 20 primeiros dias), selinho de 21mg de nicotina, gotinhas homeopáticas e arrumação: dessa vez peguei as estantes de livros (e não são poucos!). Limpei um por um e os organizei por sessões, em ordem alfabética. A noite meditei e fui para a academia, onde fiz Jump e Pilates (cada aula com uma hora de duração).

- No terceiro dia, com a casa toda em ordem, fui para a rua resolver pequenas pendências domésticas que sempre deixamos para depois: comprar toalhas novas, levar roupas para ajustar na costureira, pesquisar o preço de bons processadores para fazer suco, colocar finalmente a conta do gás em débito automático, comprar farinhas low carb (coco, amêndoas, linhaça, castanhas) para fazer receitinhas leves e saudáveis. Andei o dia todo de lá pra cá.

Foi uma semana de arrumação. Quanto mais eu arrumava meu mundo externo, mais me sentia organizada internamente (a Gestalt terapia explica bem esse processo).

Como havia deixado meu trabalho todo adiantado -  e trabalho em casa -  pude tirar uma semana de folga para cuidar exclusivamente de mim e respeitar meu tempo.  Volto a dizer: escolha uma data para parar de fumar em que possa tirar férias.

Acredito que estava tão eufórica por estar fazendo tantas coisas positivas por mim mesma -  parar de fumar, cuidar da alimentação, me exercitar com frequência, meditar, arrumar a casa com capricho, consertar coisas quebradas, resolver pendências -  que não senti a primeira semana passar.

Aquilo parecia um milagre, um sonho! Não tive um mísero ataque de nervos, de choro, de vontade de comer doce, de irritabilidade, de explosão de raiva, como aconteceu todas as outras vezes que tentei parar de fumar.

Na verdade não me dei tempo para sentir nada disso! Preenchi meus dias com tantas atividades -  e todas elas tão positivas – que ao final deles sentia-me apenas feliz, cansada e aliviada.

RESUMO DA PRIMEIRA SEMANA

Suco de limão, cenoura e agrião, homeopatia, meditação, arrumação sistemática e compulsiva da casa, adesivo de 21mg de nicotina e academia.

Já a segunda semana não foi tão boa assim. Mas isso é assunto para outro post.

monicamontone 

imagem: google 

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