A grandessíssima merda do tabagismo é que na maioria dos
casos não vemos os malefícios no presente, no agora.
O inferno aparece como uma promessa de problema
num futuro que pode ou não acontecer - afinal, o arquiteto Oscar Niemeyer fumou até os seus 105 anos, não é mesmo?
No entanto, casos como o de Niemeyer são raríssimos. As estatísticas
dão conta de que o número de mortes relacionadas ao tabagismo no Brasil é de 156 mil ao ano.
E mesmo quando há casos de problemas decorrentes do cigarro
na família (meu caso) tendemos a achar que com a gente vai ser diferente.
Venho de uma família de tabagistas. Aliás, fui gerada na
mais pura nicotina. Minha mãe fumou durante toda a gestação e processo de amamentação - naquela época não circulava tanta informação como hoje
- e seguiu fumando 3 maços de cigarros
até passar por um baita susto há alguns anos atrás (enfartar) e abandonar o
vício. Meu pai fumou 3 maços de cigarros por mais de trinta anos e teve sérias complicações
no estômago, passou por uma cirurgia delicada e abandonou o vício. Meu avô
paterno fumava e teve câncer de pulmão (faleceu). Minha madrasta fumou por um
tempo e parou, mas muitos anos depois desenvolveu um câncer de pulmão e veio a
falecer.
Ou seja? A prova de que fumar é uma grandessíssima merda
sempre esteve dentro da minha casa. O que não me impediu de começar a fumar aos 12 na escola e depois aos 15 roubar maços dos pacotes que circulavam pela casa - ninguém ainda tinha adoecido ou morrido na
minha família por conta do cigarro e as propagandas do Free eram tão lindas, né? Cheias
de jovens livres, bonitos e descolados ¨com alguma coisa em comum".
Aos vinte e poucos tentei parar uma vez por vaidade (estava
incomodada com meus dentes amarelos) e depois segui parando, surtando, recaindo,
surtando, fumando, parando nos trinta e poucos adentro.
Todas as seis vezes em que parei a preocupação nunca foi com
a minha saúde (que vexame!): parava porque estava sem fôlego para dançar, porque enjoava do cheiro nos
cabelos, porque os dentes estavam amarelos, porque a pele estava congestionada
e opaca. Porém todas essas tentativas tiveram algo em comum: o medo de engordar.
É praticamente impossível convencer uma mocinha que tem medo
de engordar a parar de fumar. O reino dos céus (não adoecer no futuro)
parece distante demais, pior que isso, o preço a pagar pelo reino dos céus parece
altíssimo: a autoestima em frangalhos.
Nem mesmo a mais politizada, a mais consciente, a mais
lúcida, a mais letrada, a mais viajada e inteligente das criaturas conseguiria aceitar esse copo de veneno chamado “engordar” de bom grado.
- Engordar?
- Não, obrigada, tem outra coisa no cardápio?
Não se trata de falta de inteligência ou lucidez,
simplesmente somos humanos e não conseguimos lidar com a possibilidade do ganho
de peso de maneira natural, não nessa sociedade e cultura em que nos encontramos; por isso fugimos do assunto, por isso adiamos o
abandono do vício.
A boa notícia é que o ganho de peso pode não ser tão feio
quanto imaginamos! Pode ser moderado e em alguns casos sequer notamos a diferença. Ah, e depois que o corpo se adapta às mudanças ele tende a voltar ao seu
normal.
Quem provou isso além da ciência?
Nada mais nada menos que Gisele Bündchen e Juliana Paes. Ah, e meu processo pessoal tem me mostrado isso!
Confira essa matéria sobre a Gisele:
Confira essa matéria sobre a Gisele:
Talvez você não tenha notado - afinal, ela é linda de
qualquer modo -, mas a über modelo Gisele Bündchen ganhou pouco mais de seis
quilos desde que parou de fumar, no fim do ano passado. A gaúcha decidiu que
não fumaria mais e está tentando se manter firme longe do vício. Com o paladar
mais aguçado, Gisele descobriu outro prazer: a comida. A modelo disse ao jornal
britânico "The Sun" que agora, livre do gosto do cigarro, sente o
verdadeiro sabor dos alimentos. fonte
E siiiiim, para quem não sabe, Juliana Paes, que hoje exibe um
corpão na novela A força do Querer com sua personagem Bibi, já foi fumante e
parou.
monicamontone
foto: google
Juliana Paes em depoimento no Dia Mundial Sem Tabaco
Nenhum comentário:
Postar um comentário