Assuntinho delicado e chatinho, mas assuntinho que precisa
ser falado por aqui, afinal a ideia inicial da página era tratar sobre (ex) tabagismo e
controle de peso e não há como não falar de dieta e/ou reeducação alimentar
quando o assunto é controle de peso.
Pois bem, comecei uma dieta Low Carb um mês e meio antes da
data escolhida para abandonar o cigarro -
minha ideia era emagrecer 3kg antes de parar de fumar para não sentir
tanto "o inexorável" ganho de peso -
e passei a malhar duas horas por dia durante a semana. Não, não procurei
um nutricionista (sic, sic ) encontrei alguns canais no YouTube que davam dicas de receitas e explicavam o funcionamento da
dieta e mandei bala.
Funcionou! Fiquei com o peso que amo (59kg), ostentando a
tal barriga negativa (que veneramos!) por aí, mas o preço que paguei foi beeeeem alto.
Portanto, foram três meses de dieta Low Carb + atividade
física diária: um mês e meio antes de parar de fumar e um mês e meio
aproximadamente já sem o cigarro.
Apesar de toda a irritabilidade, mau humor, instabilidade
afetiva, sono irregular, explosões de raiva repentinas, vivi o que chamo de "período de lua-de-mel": estava de fato sentindo-me a Mulher Maravilha, aquela
que além de estar vencendo o grande dragão (o vício) ostentava uma barriga
negativa por aí. Yes, eu tinha desafiado
a ciência e tinha vencido! Yes, eu era foda, muito foda! Só que não.
O que ninguém me contou -
porque eu devia ter procurado um nutricionista e não procurei, resolvi
seguir o que via e lia na Internet - é
que se o corpo não precisa necessariamente da glicose advinda dos carboidratos para funciona
bem, se ele consegue retirar energia da gordura boa que ingerimos, o cérebro é
mais retardadinho e PRECISA. Saiba mais
Agora imaginem um cérebro que já estava com seus hormônios, neurotransmissores, enfim, reguladores de humor como serotonina, dopamina, endorfina, etc, alterados e desregulados devido à retirada da nicotina? IMAGINEM!
Tava na cara que isso não ia funcionar!
E tava na cara, também, que na condição de pessoa compulsiva
eu não me contentaria em fazer a dieta Low Carb como os especialistas indicam!
Aos poucos, sem me dar conta, fui cortando TODO o carboidrato da minha vida,
nem fruta comia mais, nem arroz integral que sempre amei e é uma ótima fonte de
vitamina B; fiquei viciada na ideia de manter aquele corpo de barriga chapada e
a solução para tal manutenção me parecia simples e ao alcance da minha "fé, foco e determinação": não comer nenhum tipo de
carboidrato.
Ah, mas ninguém indica o corte completo dos carboidratos na
Low Carb, isso é coisa de gente doida, irresponsável, radical e extremista. Rã-rã, atire a primeira batata quem não caiu nessa cilada devido à empolgação inicial, aliás, já se fala por aí em carbofobia.
Agora me digam: como é que eu tiro um
mega-estimulante-de-uma-vida-inteira (a nicotina) da minha vida e não me
permito comer um bombom sequer para dar uma aliviada no "choque
elétrico" que devia estar rolando no meu cérebro naqueles primeiros meses?
Pior que isso! Como é que nem uma famigerada (e amada por
mim!) banana eu comi nesse período? Quem é que não sabe que a banana é ótima
para regular o humor e o sono?
Tava na cara que isso não ia funcionar!
Somando essa anarquia que promovi no meu cérebro (por conta
de uma dieta ultra restritiva), o luto do cigarro e alguns problemas pessoais o resultado foi um só: DEPRESSÃO - sobre
a depressão falarei em outro post.
É importante que se diga que não estou questionando a
eficácia ou os benefícios da dieta Low Carb. Há pessoas que adotam esse modelo
alimentar e super se adaptam e têm ótimos resultados. Alguns nutricionistas
defendem, outros questionam. Não sou nutricionista, portanto não me sinto
habilitada para aprovar nem contestar.
O que posso é compartilhar minha experiência e dizer para pessoas que têm perfil compulsivo que dietas muito
restritivas não são indicadas, pois podem se tornar uma obsessão (como
aconteceu comigo!) e que retirar toda e qualquer fonte de glicose do organismo
ao mesmo tempo em que se abandona um vício é loucura.
Desde que parei a dieta Low Carb (e continuei sem fumar) meu
peso oscilou entre um ganho de 5kg a 8kg.
Continuo atenta à minha alimentação e ao ponteiro da balança, no entanto compreendi que talvez esse não seja o melhor momento para eu fazer uma dieta restritiva. O pavor de engordar que eu tinha ao iniciar esse processo diminuiu: percebi que cuidando da alimentação com moderação e fazendo atividade física o ganho de peso não é tão alto e tende a ir baixando, ufa. Vamos ver como o bonde segue.
monicamontone
monicamontone
fotos acima: 1 meses e meio sem fumar, fazendo dieta Low Carb, 59kg
10 meses sem fumar, 7 meses sem dieta nenhuma, comendo com moderação, 65kg
o vídeo acima explica como dietas restritivas podem atrapalhar o funcionamento cerebral
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