5.9.17

dieta low carb X depressão

Assuntinho delicado e chatinho, mas assuntinho que precisa ser falado por aqui, afinal a ideia inicial da página era tratar sobre (ex) tabagismo e controle de peso e não há como não falar de dieta e/ou reeducação alimentar quando o assunto é controle de peso.

Pois bem, comecei uma dieta Low Carb um mês e meio antes da data escolhida para abandonar o cigarro -  minha ideia era emagrecer 3kg antes de parar de fumar para não sentir tanto "o inexorável" ganho de peso -  e passei a malhar duas horas por dia durante a semana. Não, não procurei um nutricionista (sic, sic ) encontrei alguns canais no YouTube que davam dicas de receitas e explicavam o funcionamento da dieta e mandei bala.

Funcionou! Fiquei com o peso que amo (59kg), ostentando a tal barriga negativa (que veneramos!) por aí, mas o preço que paguei foi beeeeem alto.

Portanto, foram três meses de dieta Low Carb + atividade física diária: um mês e meio antes de parar de fumar e um mês e meio aproximadamente já sem o cigarro.

Apesar de toda a irritabilidade, mau humor, instabilidade afetiva, sono irregular, explosões de raiva repentinas, vivi o que chamo de "período de lua-de-mel": estava de fato sentindo-me a Mulher Maravilha, aquela que além de estar vencendo o grande dragão (o vício) ostentava uma barriga negativa por aí.  Yes, eu tinha desafiado a ciência e tinha vencido! Yes, eu era foda, muito foda! Só que não.

O que ninguém me contou -  porque eu devia ter procurado um nutricionista e não procurei, resolvi seguir o que via e lia na Internet -  é que se o corpo não precisa necessariamente da glicose advinda dos carboidratos para funciona bem, se ele consegue retirar energia da gordura boa que ingerimos, o cérebro é mais retardadinho e PRECISA. Saiba mais

Agora imaginem um cérebro que já estava com seus hormônios, neurotransmissores, enfim, reguladores de humor como serotonina, dopamina, endorfina, etc, alterados e desregulados devido à retirada da nicotina? IMAGINEM!

Tava na cara que isso não ia funcionar!

E tava na cara, também, que na condição de pessoa compulsiva eu não me contentaria em fazer a dieta Low Carb como os especialistas indicam! Aos poucos, sem me dar conta, fui cortando TODO o carboidrato da minha vida, nem fruta comia mais, nem arroz integral que sempre amei e é uma ótima fonte de vitamina B; fiquei viciada na ideia de manter aquele corpo de barriga chapada e a solução para tal manutenção me parecia simples e ao alcance da minha "fé, foco e determinação": não comer nenhum tipo de carboidrato. 

Ah, mas ninguém indica o corte completo dos carboidratos na Low Carb, isso é coisa de gente doida, irresponsável, radical e extremista. Rã-rã, atire a primeira batata quem não caiu nessa cilada devido à empolgação inicial, aliás, já se fala por aí em carbofobia.

Agora me digam: como é que eu tiro um mega-estimulante-de-uma-vida-inteira (a nicotina) da minha vida e não me permito comer um bombom sequer para dar uma aliviada no "choque elétrico" que devia estar rolando no meu cérebro naqueles primeiros meses?

Pior que isso! Como é que nem uma famigerada (e amada por mim!) banana eu comi nesse período? Quem é que não sabe que a banana é ótima para regular o humor e o sono?

Tava na cara que isso não ia funcionar!

Somando essa anarquia que promovi no meu cérebro (por conta de uma dieta ultra restritiva), o luto do cigarro e alguns problemas pessoais o resultado foi um só: DEPRESSÃO - sobre a depressão falarei em outro post.

É importante que se diga que não estou questionando a eficácia ou os benefícios da dieta Low Carb. Há pessoas que adotam esse modelo alimentar e super se adaptam e têm ótimos resultados. Alguns nutricionistas defendem, outros questionam. Não sou nutricionista, portanto não me sinto habilitada para aprovar nem contestar.

O que posso é compartilhar minha experiência e dizer para pessoas que têm perfil compulsivo que dietas muito restritivas não são indicadas, pois podem se tornar uma obsessão (como aconteceu comigo!) e que retirar toda e qualquer fonte de glicose do organismo ao mesmo tempo em que se abandona um vício é loucura.

Desde que parei a dieta Low Carb (e continuei sem fumar) meu peso oscilou entre um ganho de 5kg a 8kg.

Atualmente estou há 10 meses sem fumar (urru!), me alimentando como sempre me alimentei (sou ovo-lacto-vegetariana, não curto doces, só como grãos integrais, amo verduras, saladas e frutas, mas adoro um pastel de queijo, pipoca de panela, batata frita, coca-zero, champanhe, vinho rosé e cerveja artesanal, ou seja, não sou natureba porém procuro me alimentar de forma variada e o mais saudável o possível) e pesando 65kg. Continuo fazendo 2h de atividade física diárias. Estou começando a sair do quadro de depressão (ufa) com ajuda de homeopatia, acupuntura, florais, atividade física, terapia, alimentação sem restrição e amor.

Continuo atenta à minha alimentação e ao ponteiro da balança, no entanto compreendi que talvez esse não seja o melhor momento para eu fazer uma dieta restritiva. O pavor de engordar que eu tinha ao iniciar esse processo diminuiu: percebi que cuidando da alimentação com moderação e fazendo atividade física o ganho de peso não é tão alto e tende a ir baixando, ufa. Vamos ver como o bonde segue.

monicamontone



fotos acima: 1 meses e meio sem fumar, fazendo dieta Low Carb, 59kg


10 meses sem fumar, 7 meses sem dieta nenhuma, comendo com moderação, 65kg


o vídeo acima explica como dietas restritivas podem atrapalhar o funcionamento cerebral 

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