11.11.17

eu tinha transtorno alimentar e fingia que não sabia

Sim, em casa de ferreiro o espeto é de pau. Apesar de ter estudado Transtornos Alimentares na faculdade de Psicologia, não atentei para o fato de que ter parado de tomar laxantes e de vomitar quase tudo o que comia ainda na adolescência (falei sobre, aqui)  não eliminou todos os traços do meu transtorno, sendo eles:

1. Práticas compensatórias: jejuar ou treinar muito após comer alimentos "errados" (massas, doce, álcool, etc); 

2. Fazer dieta restritiva (cortando glúten ou carboidrato) ao engordar um ou dois quilos; 

3. Ler constantemente matérias sobre alimentação, treinos e beleza; 

4. Usar com regularidade alimentos termogênicos  como gengibre, pimenta e canela; 

5. Tomar chás diuréticos; 

6. Sentir culpa ao comer chocolate e pão; 

7. Precisar manter o corpo no peso que considero ideal para não odiar meu corpo. 

8. Para de fumar por seis vezes e nas duas últimas voltar a fumar por conta do ganho de peso; 

9. Comer "o mais limpo" o possível.

Somente agora -  em minha sétima tentativa de parar de fumar e que tive um ganho de peso moderado (mas perturbador) - é que fui me dar conta de que o que sempre achei ser "cuidados com a beleza" e/ou "coisa de menina vaidosa" no fundo passava dos limites e esbarrava num tanstorno alimemtar que nunca tratei.

Seria apenas "cuidados com a beleza" se isso não me trouxesse sofrimento emocional. Se eu não quisesse me esconder ou sumir do mapa ao "sair do padrão"; se não tivesse vergonha de aparecer em público somente porque minha bunda cresceu; se não sentisse culpa, tampouco achasse que sou um fracasso por ter "perdido o controle" do meu corpo.

O que me abriu os olhos para essa questão foi o trabalho honesto e criterioso de meninas que se dispuseram a falar franca e abertamente sobre seus transtornos na Internet como as queridas Miriam Bottan e Diana Garbin  

Se eu não as tivesse conhecido provavelmente teria voltado a fumar ao primeiro sinal de ganho de peso e jamais teria levado essas questões a sério para a minha terapia. 

E você, será que tem uma relação saudável com o seu corpo e com a comida? 

monicamontone 




imagem: google 

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