Mas Mônica,
peraí, tem duas coisas que não estão batendo nessa história toda:
1. Você
conta aqui uma história de superação, porém de muito sofrimento, também, com
crises ansiosas, depressão, etc. É assim que você pretende incentivar as
pessoas a parar de fumar?
2. Se você acabou
tendo um ganho de peso (quem não te conhece nem percebe) por que manteve o nome
“parei de fumar e não engordei”? Você engordou, ué!
Vamos lá. Em
primeiro lugar o foco do projeto não é incentivar a interrupção do tabagismo. Se
isso acontecer, claro que vou ficar feliz, mas sei que a decisão de parar de
fumar é extremamente particular e está relacionada a uma série de questões emocionais.
E sei, também, que cada pessoa é um universo e por isso enfrenta seus monstros
a seu modo: meu processo de abstinência jamais será igual ao de outra pessoa,
mas pode conter informações valiosas, que acabem ajudando de alguma maneira.
Quase ninguém para
de fumar apenas para ganhar saúde economizar uns trocados. Em geral, as pessoas
param porque tiveram um problema de saúde sério e não tiveram escolha; porque não
eram viciadas e enjoaram ou porque se encontram numa fase de vida que clama por
mudança (interna e externa). No meu caso, por exemplo, havia um desejo pungente
de libertação - daí a necessidade de me libertar de todos os meus vícios (emocionais
e materiais como o cigarro).
Quando eu
era fumante dava de ombros para as estatísticas assombrosas de doenças
provenientes do fumo. Saber que o cigarro mata aproximadamente 800 mil pessoas
por ano só no Brasil não me dizia absolutamente nada. No entanto, todas as
vezes em que tentei parar de fumar (foram seis antes desta) busquei desesperadamente
um eco - precisava saber que outras pessoas
passaram pelos mesmos tormentos para acalmar minha alma em brasa.
E foi pensando
exatamente nessas pessoas que estão com a alma em brasa, enfrentando os
primeiros dias ou meses de abstinência, que criei o projeto #pareidefumarenãoengordei- teria sido um
balsamo para mim, por exemplo, saber que o quarto mês é considerado o mais
difícil de todos; que a depressão pode acontecer, etc, etc, etc.
Ou seja,
minha ideia é oferecer ferramentas para que as pessoas que deixaram o vício se
mantenham fortes em seu proposito. Mas é claro que se meu trabalho de
formiguinha incentivar uma única pessoa que seja a largar o cigarro vou dar
pulos de alegria.
Sobre o nome
do projeto, bem, todas as vezes anteriores que parei de fumar fiz exatamente essa busca no Google: “parar
de fumar e não engordar”, “parei de fumar e não engordei”.
Infelizmente, a
grande maioria de mulheres tabagista não deixa o vício por medo de
engordar.
Quem sabe repensando comigo essa questão, aprendendo a entendê-la melhor e de maneira mais aprofundada, esse medo acabe e ceda lugar à coragem?
Quem sabe repensando comigo essa questão, aprendendo a entendê-la melhor e de maneira mais aprofundada, esse medo acabe e ceda lugar à coragem?
Portanto a
ideia do #pareidefumarenãoengordei é oferecer ferramentas de pesquisa para quem
atravessa a fase de abstinência (ou deseja parar de fumar) e propor uma nova reflexão acerca da nossa autoimagem
e do nosso medo de engordar.
No meu caso,
descobri nesse um ano sem fumar que não foi possível parar de fumar e não
engordar, mas que o ganho de peso que tive não foi avassalador e que posso perdê-lo, contorna-lo.
Compreendi que
o corpo demora um tempo para metabolizar todas as mudanças e que a tendência é
emagrecer naturalmente e sem grandes esforços depois de um ano - foi o que aconteceu por exemplo com as belas Juliana Paes, Gisele Bundchen e Jeniffer
Aniston. Gisele chegou a engordar quase sete quilos!
O que tem me
interessado no momento em relação a essa questão é entender por que nos
maltratamos tanto quando o assunto é o nosso corpo e nossa autoimagem?
monicamontone
foto: um ano sem fumar, 7 kg a mais e sorrisão de quem conseguiu!
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