10.9.17

um mês sem cigarro: onde botar a compulsão?

De todas as vezes que parei de fumar (estou na sétima tentativa) nunca o primeiro mês foi tão indolor.

Pudera! Eu estava fazendo reposição de nicotina com o selinho, tomando meu suco anti-cigarro todas as manhãs, malhando duas horas por dia, fazendo a dieta Low Carb e ostentando uma barriga negativa por aí (o que quer dizer que o medo de engordar estava sob controle). 

Além disso, me dei folga, férias, licença - sei lá eu que nome usar, uma vez que sou autônoma - deixei textos e relatórios prontos e comuniquei às pessoas com quem trabalho que precisaria me ausentar uns dias.

Irritação? Sim! Dificuldade pra dormir? Sim! Falta de concentração? Sim! Impaciência? Sim! Vontade de chorar sem motivo aparente? Sim! Sensação de TPM ininterrupta modo on. 

Não conseguia sequer assistir a um filme no Netflix porque não havia concentração. Ler, então, estava fora de cogitação.

O que fazer, então, com o tempo ocioso, uma vez que estava de férias e as coisas que sempre amei fazer para “matar o tempo” (ler, escrever, assistir filmes) me pareciam impossíveis naquele momento?

Arrumar! Arrumar as coisas, arrumar a mim mesma. Arrumar, arrumar, arrumar. 

Passei o mês todo arrumando coisas em casa: arrumando armários do banheiro e da cozinha, lavando pincéis de maquiagem, jogando remédios vencidos fora, costurando furinhos em meias, tirando bolinhas de casacos de lã com aparelho de barbear, jogando canetas velhas e secas do porta-canetas, separando bijuterias e roupas para doar, organizando livros por seções nas estantes, colando objetos quebrados com super-bonder, levando roupas para consertar (barra de calças, zíper quebrado, etc).

Passei o mês todo arrumando a mim: fazendo cronograma capilar (hidratações potentes nos cabelos), máscara de argila no rosto, esfoliação da pele com açúcar cristal e mel, esfoliação dos pés, saquinhos de chá verde gelados sobre as olheiras, unhas sempre feitas, descoloração de pelos, depilação e sobrancelha em dia; testando máscaras faciais caseiras com banana amassada e mel, água de arroz para amenizar manchas, etc, etc, etc.

Ou seja, quando eu não estava arrumando obsessivamente a casa, estava arrumando obsessivamente a mim mesma.

Arrumar, arrumar e arrumar me dava uma estranha sensação de controle e de que estava fazendo algo positivo para mim. 

Hoje eu sei que apenas canalizei a minha compulsão pelo cigarro para a arrumação -  o que eu achei ótimo na época, melhor descontar “na arrumação” do que na comida, certo?

Acontece que chegou uma hora que não tinha mais nada para arrumar, nem na casa, nem em mim. Para onde direcionei a minha compulsão, então? Para as compras! 

Mas isso vou contar num próximo post, quando for falar do segundo mês sem cigarro

Nota: ocupar o tempo ocioso com trabalhos manuais -  de limpeza da casa à artesanato -  pode ajudar e muito nas primeiras semanas sem o cigarro. Trabalhos repetitivos geralmente acalmam a mente. Fica a dica. 

monicamontone 




foto: google

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